quarta-feira, 10 de setembro de 2003

Uma cidade dedicada ao jogo

Finalmente os efeitos do jetlag …. 3:00 da manhã acordo. Em Portugal seriam as 11:00. A insónia durou largos minutos. Voltei a adormecer. Às 5:00 da manhã acordo novamente. Desta vez, coincidiu com uma insónia do Hugo. Entretanto o Hugo adormece, mas eu fiquei definitivamente acordado. Só por raras vezes passara pelas brasas. A hora de partida aproximava-se e desisti de forçar a dormida. Eram as 7:00 quando entrámos no mini-bus para Las Vegas. Estavam 22 pessoas: velhinhos e jovens, chineses e japoneses, americanos e franceses e, claro, nós, os Tugas! Na conversa inicial com o motorista, o nome do Luis Figo, para não variar, veio à baila. Além disso ele sabia que Portugal e Espanha tinham jogado e ficou admiradíssimo com a derrota portuguesa. Aquele grande #$%#%$#!
Seguimos a Highway to Las Vegas. Apesar dos carros de grande cilindrada, a velocidade praticada é sempre a regulamentada. Os carros são bons, grandes máquinas, as estradas largas, mas o piso valha-me Deus! A sua irregularidade transforma a minha escrita em momentos de grande consternação e esforço! Sei que a minha caligrafia não é propriamente bonita, mas estava exageradamente horrenda. Salta o autocarro, salta a gente, salta a alma.
Entretanto entrámos no deserto de San Bernardino. Estradas sem fim, um calor abrasador e, eis que surge um complexo comercial com uma estação de serviço e um outlet com cerca de 100 lojas a preços super apetecíveis. Não sei de onde vem aquela gente trabalhar, mas a realidade é que é uma zona bastante movimentada. Fizemos a paragem para almoço, com a promessa que na viagem de regresso ali voltávamos para gastar o que ganhássemos em Las Vegas!

A viagem continuou… Na entrada do estado do Nevada, mais uma vez, no meio do deserto seco e oco, ladeado de montanhas e dos seus cactos característicos (a lembrar o “far oeste”), aparece um outro “oásis” – Bufallo Bill Resort and Casino Hotel. Hotéis, montanhas, deserto, outlets e casino eis a receita desta gente!

Las Vegas é um mundo! A primeira impressão é alucinante!!!! No meio do deserto surge uma cidade dedicada ao jogo (casinos, casinos e casinos!). Isto prometia! Tínhamos a tarde livre e fizemos um reconhecimento inicial a pé até às 20:00. Esta era a hora marcada para o city tour by night que estava incluído no pacote turístico.
O primeiro casino a visitar foi o Caesars Palace, impressionante! Todos os hotéis têm casino à porta, ou todos os casinos têm hotel? Bem, uma dúvida a esclarecer. Facto é que não se entra para o hotel, mas sim para o casino e posteriormente é que, seguindo as respectivas indicações somos direccionados para o cinema, shopping, spa, teatro ou hotel, onde nos podemos hospedar a preços verdadeiramente de “sonho”. Tudo é fantástico! O Caesars Palace é excelente! Quem deita o olho por fora, pode não parecer tão espectacular como o Paris (a réplica da Torre Eifell está um must), mas dentro tem tudo! Quatro salas de casino gigantes, lojas de roupa, cosméticos, restaurantes, salas de cinema, teatros, tudo, tudo! Tectos arquitectados com detalhe, uns simulam o céu com precisão divinal, outros com um qualquer tema de conto, filme ou época. Há esculturas, há pinturas por todo o lado. Cada hotel é uma cidade, onde os seus hóspedes podem fazer tudo sem de lá saírem.
O tour diurno guiou-nos para o Venetian. Tal como o nome diz, Veneza. A praça de S. Marcos, o grande canal, a ponte de Rialto e claro está, as gôndolas e os seus gondoleiros cantando para quem quer uma voltinha. Next stop: Mirage e Flamingo. Do primeiro, para além da frescura que emanava a flora existente, saliento a “vitória” que foi passarmos por hóspedes do hotel e usufruímos de tal benesse. Luxo só sustentável para algumas carteiras. Passeámos pelo interior do hotel e acedemos à piscina. Ao redor da piscina as luxuosas “barracas” de apoio aos hóspedes com pormenores exuberantes: LCD, sistema de som, espreguiçadeiras, bar e um empregado dedicado (só faltavam umas moçoilas com abanadores!). No Flamingo havia happy hour (2 for 1) em qualquer bebida. Há que aproveitar o desconto! Aproveitei para também tirar uma foto na Wedding Chapel do Hotel, mas fiquei no altar à espera...
Comum à cidade e a todos os casinossão as capelas para a celebração de casamentos. Por várias vezes vimos casamentos, não muito numerosos, mas com este pano de fundo, que é o jogo acabam por se tornar uma mistura peculiar! O tempo foi passando e regressámos ao hotel para preparar para a city tour by night…
À noite, para além de percorrermos a Las Vegas Boulevard, mais conhecida por Strip (onde ao fim-de-semana se chega a demorar 1h30m para percorrer cerca de 7 km resultado do trânsito infernal) fomos à Fremont Street, outra zona de casinos na baixa de Las Vegas, e onde toda a história da cidade começou. Sobre a cobertura, existente em grande parte da rua, havia um espectáculo de luzes e no qual recordo para a posteridade a imagem do cowboy de cigarro. Ali assisti a um outro espectáculo mas, de degredo. Um par de namorados, durante espectáculo de luzes, enrolou-se ao ponto de se começarem a despir! Esta “performance” só terminou com a intervenção da polícia. Estes americanos são doidos! Os polícias têm tanto de pudico, como os jovens de malucos, quando libertos pelo álcool e drogas.
A noite continuou pelos casinos. Depois da fugaz passagem pelo Rio acabámos a jantar no Harrah’s. Este jantar soube a pato! Explico: ficou de graça pois o ingresso no Bellagio foi lucrativo, a jogar na roleta acabámos por recuperar todo o dinheiro gasto no jantar...

Estes Americanos são “la hóstia”…. Uma cidade no meio do deserto, conseguem lotá-la de gente e movimentar milhões de dólares: um espectáculo! A vida exclusivamente dedicada a casinos, permite e justifica o tráfego aéreo do aeroporto. É considerado o 6º Maior do mundo em resultados financeiros. Mas o negócio do casino é, sem dúvida, o mais lucrativo. A título de exemplo, estava prevista a construção de um novo hotel/casino no valor de 2,5 biliões de dólares e previa-se um retorno no investimento um ano e meio depois! O facto de estar no meio do deserto permitiu a construção da cidade com largura mais que suficiente. Tanto nas ruas, como nos quarteirões impera o espaço (talvez considerou-se o tamanho corporal de um americano médio.) Por isso chegar a qualquer lado demora imenso e não se vê vivalma. Estão todos “fechados” nos casinos! Também, como é de esperar, no meio de tanta luxúria aparecem as “meninas” americanas e de outras nacionalidade (não lhes perguntei de onde eram!). Muitas delas tinham traços orientais e deu para descobrir alguns “bichos”, pois americanas desde pequeninas não deveriam ser de certeza. “Meninas” essas, que andam todas aperaltadas e muito bem parecidas, pois têm que fazer pela vida, não é?

O Jimmy, motorista da excursão havia previsto que o bar do Hard Rock Café duraria até altas horas e o ambiente existente era de malta jovem. A discoteca tipo calabouço, restringia-se a um quadrado com a pista central, desnivelada relativamente ao varandim que a circundava. O modus “dançandi” era o velho conhecido: “chega cá e encosta de um lado para o outro”. De início estranha-se mas depois entranha-se. Havia muito gado e divertirmo-nos q.b. Depois, avançámos até ao outro lado da estrada onde se situava o Club Paradise. Por indicação da bíblia (Let’s Go) era o Gentleman’s bar dos USA melhor reconhecido e condecorado… Mas foi uma desilusão! Estar em Las Vegas sem jogar e sem ir a um gentleman’s bar é como ir a Roma e não ver o Papa. Mas se os casinos são claramente deslumbrantes, o resto ficou aquém das expectativas, comparando com Portugal e Madrid isto é para meninos...
Deitámo-nos das 5:00 até às 6:00. Era dia de visitar o Grand Canyon!





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